BCAA e Seus Usos na Prática

Os BCAAs são aminoácidos ramificados, essenciais, representados pela valina, leucina e isoleucina. São fontes de energia muscular e possuem papel fundamental no desenvolvimento animal, além de serem precursores para formação de glutamina e alanina (Valeria Pachoal, 2012).

É muito importante também para as funções do Sistema Nervoso Central, já que é essencial na síntese de glutamato e subsequentemente de GABA. Sua depleção pode levar a estimulação intensa, doenças psiquiátricas e comprometimento hipocampal (Valeria Pachoal, 2012).

O Sistema Nervoso Central exerce um papel crucial na fadiga central durante exercícios. Os BCAAs podem reduzir essa fadiga por diminuir a síntese de serotonina já que compete com seu precursor, o triptofano, para ultrapassar a barreira hematoencefálica (I-Shiung Cheng, et al., 2016)

Além destas funções, existem uma série de razões que explicam seus benefícios nas doenças hepáticas. Pacientes com cirrose são normalmente hipermetabólicos, e por isso têm uma necessidade maior que o normal de aminoácidos, e a prevalência de malnutrição principalmente de proteínas atinge 65 a 90% dependendo da etiologia da doença e da severidade da falência renal, o que pode levar a uma menor síntese de Albumina e algumas proteínas musculares (Giulio Marchesini et al., 2016).

Os mecanismo nos quais os BCAAs exercem seus efeitos nestes pacientes com comprometimento hepático, vão além de seu papel já bastante conhecido como ativação de mTOR e aumento de síntese protéica e aumento da maquinária bioquímica que aceleram o processo de regeneração hepática. Estimulam ainda uma substância pleiotrópica com atividades mitogênicas, HGF, que previne a hepatotoxicidade mediada pelo dano no tecido (Giulio Marchesini et al., 2016).

Para a correta utilização de suplementos alimentares, devemos não apenas nos prender aos usos corriqueiros dos mesmo, mas também utilizar a ciência para alternativas às terapias tradicionais que nem sempre surgem o efeito esperado.